novembro 01, 2004

Marcos 1.12-13

O deserto é local de privação! A resposta aos grandes desafios de Jesus Cristo, enquanto Homem, foram precedidos por períodos de privação. O deserto marcou o início da sua estadia ministerial entre nós. Foi o Homem-Deus aprovado! O jardim serviu de fronteira aos limites da privação que se exigia ao Deus-Homem, prestes a oferecer-Se Substituto. Existe algo de comum entre ambos; os dois oferecem alguma privação. A privação é, em última análise, o exegível a todos aqueles que querem seguir em frente! O deserto e o jardim ficarão para sempre associados ao percurso dos que encontram a vitória.
Todos os escritores sinópticos concordam que o deserto é parte da prova. Junto com Marcos, Mateus e Lucas concordam que a ida ao deserto é programada pelo Espírito Santo, acabado de descer em plenitude sobre o Filho Amado no baptismo do Jordão (é verdade que Lucas vai mais longe dizendo que o Messias estava "cheio do Espírito Santo"). A compreensão de toda a extensão da sua estadia no deserto jamais viremos a sabê-lo. Creio que o que ali se passou foi muito mais que a curta tentação a certa altura protagonizada por Satanás. Foram 40 dias mergulhado nos segredos agrestes de um lugar sem vida humana e de uma conversa assegurada pela presença da restante Trindade. Toda a "corte" celestial esteve ali, certamente. A companhia do deserto era animal mas o serviço era celestial (Mateus dá-nos a ideia que os anjos só serviram Jesus depois da última tentação). Algo mais aconteceu ali que os escritores bíblicos não souberam contar. Ainda que o lado humano de Jesus estivesse a ser colocado à prova, como afirmam alguns teólogos, a consequência da tentação traria resultados profundamente espirituais. Daí, algo mais fez Jesus permanecer tanto tempo naquele lugar. É verdade que o lado humano do Salvador esgotou-se naquele período; apesar de habituado ao jejum, este prolongou-se; a fraqueza era demais evidente e a fragilidade do seu corpo teria abatido até o mais forte homem. Satanás aparece quando achou ser a altura ideal. Como víbora, aguardou o melhor momento de injectar o veneno. Nada de novo na sua estratégia; o mesmo terá acontecido no Éden! Só que desta vez saiu derrotado. Terá substimado o Seu adversário por estar encarnado? Ou terá tentado a sua "sorte"?
Recuso-me a ver os 40 dias no deserto apenas como um teste ao Messias. Algo mais aconteceu ali! Todos estes que levaram até o fim os seus desígnios passaram pelo deserto: João Baptista, Jesus, Paulo nos desertos da Arábia.
Um pergunta fica por responder - "Porquê Marcos resumiu este notável acontecimento a umas poucas frases?" Possivelmente porque da boca de Jesus pouco se terá dito sobre aquele momento passado! Talvez porque sobre os momentos demasiadamente íntimos pouco se fala!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Concordo, há coisas demasiados intimas e profundas que as palavras não podem descrever. E acredito também que para cada pergunta, Deus tem a resposta, ainda que não nos seja respondida aqui.

25 de novembro de 2004 às 15:46  

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